Trabalho, Subjetividade e Sofrimento

Trabalho, Subjetividade e Sofrimento
Você sabe qual a importância do trabalho para a nossa vida? A resposta para esta pergunta pode (e deve ser) diferente para cada um de nós.
Existe um aspecto universal do trabalho relacionado a formas de sobrevivência e da garantia da remuneração e sustento das necessidades básicas do indivíduo e sua família, pois é por meio do trabalho que conseguimos manter aspectos básicos da vida (morar, comer, etc).
A relação com o trabalho vai muito além
O trabalho cumpre funções essenciais para o sujeito, como a função de ocupação, identificação e sustentação subjetiva, sobre ser útil e ter um lugar na narrativa social e uma função. Um exemplo disso é que, frequentemente, definimo-nos pela profissão ou ocupação (eu sou psicóloga, arquiteta etc.).
Falar de trabalho e subjetividade passa pelos aspectos constituintes do sujeito, a escolha da profissão e, sobretudo a escolha do modo de lidar e se relacionar com o trabalho.
O trabalho atualmente
Todos nós conhecemos pessoas que trabalham demais (chamados de workaholics), que trabalham de menos, que mudam constantemente de trabalho ou aqueles que vivem na queixa e não saem do lugar. Tem aqueles que querem mudar o mundo pelo seu trabalho e outros que esperam do outro, da instituição ou do governo, uma “salvação” ou mudança significativa.
Atualmente presenciamos relações cada vez mais difíceis no ambiente de trabalho, o desenvolvimento de psicopatologias e a produção de efeitos e sintomas como depressão, ansiedade, stress, síndromes, entre outras.
A lógica da produtividade e a aceleração em que estamos submetidos, além do déficit de experiências de subjetividade no trabalho produzem um cenário de extremo sofrimento. Casos extremos em que os sujeitos se colocam em relação ao trabalho podem levar ao desenvolvimento de intensa angústia.
Como o sofrimento se apresenta no ambiente de trabalho?
Algumas formas conhecidas são o absenteísmo e o aumento de atestados por motivos de saúde mental.
O presenteísmo é uma forma bastante conhecida sobre o fenômeno de estar de corpo presente no ambiente de trabalho, mas sem produtividade. O stress crônico, alterações do humor, como o humor rebaixado e agressivo e até formas mais graves como o burnout, caracterizado como um distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.
Quais podem ser as consequências?
Diante deste cenário, estudos apontam para a previsão de que as doenças mentais sejam, em 2030, o principal fator de afastamento do trabalho por questões de saúde!
Nesse contexto a questão do suicídio relacionado ao trabalho tem ganhado lugar de destaque entre os profissionais de saúde mental.
O suicídio aparece como um risco real no âmbito do sofrimento psíquico relacionado ao trabalho, o ato suicida aparece como uma saída para acabar com a dor e com o sofrimento intenso. É uma última forma de extrair de si um sofrimento avassalador.
Dessa forma, um agravante se dá pela ausência de espaço na contemporaneidade para a palavra.
Assim, podemos pensar porque o suicídio tem aumentado tanto, uma vez que, esse ato se trata de algo onde há uma ausência de palavras e narrativas para lidar com o mal-estar e o sofrer. Por não conseguir, ou não ter espaço para falar e simbolizar sobre a experiência de sofrer, o sujeito vai para a ação!
Hoje em dia, as empresas têm se preocupado com os efeitos da saúde mental com relação aos seus colaboradores.
Porém, os profissionais da área de saúde ocupam lugar de risco para o desenvolvimento de adoecimentos psíquicos relacionados ao trabalho, justamente aqueles que cuidam têm ocupado um lugar elevado no ranking.
Desse modo, o psicólogo aparece como o profissional que cuida do sofrimento, acolhendo, avaliando, tratando e escutando os sujeitos em condição de adormecimento psíquico.
Por fim, é preciso equipar dispositivos na empresa e fora dela para identificar o risco, acolher, trabalhar na prevenção e no encaminhamento para rede de saúde mental e escuta especializada de um psicólogo.
O instrumental técnico permite ao psicólogo atuar frente ao adoecimento mental, seja no contexto de trabalho ou fora dele.
E você, conhece alguém que sofre por questões relacionadas ao trabalho?
A Spazio Psi oferece o atendimento e suporte necessários para ajudar a lidar com essas situações. Entre em contato com a gente: Unidade Garibaldi-📞71 3237-2165/ 98549-7069 ou Unidade Itaigara-📞71 2132-3202/98865-7552.