Temporalidade na quarentena

Temporalidade na quarentena

A relação de cada sujeito com o tempo varia para cada um de forma diferente e específica. O tempo cronológico, aquele do relógio, é a métrica do tempo (das horas, minutos, dias e anos), uma forma de divisão das frações do tempo. A relação do sujeito com o tempo é atravessada pelo seu universo interior.

A subjetividade do tempo

A subjetividade interfere diretamente na percepção e na relação do sujeito com o tempo.
Você já deve ter tido algum exemplo de como as experiências subjetivas podem interferir na percepção da passagem das horas/minutos.

Você já deve ter experimentado, por exemplo, como uma hora na fila ou no banco pode ser insuportável e a mesma uma hora no parque de diversões ou na companhia de amigos passa num piscar de olhos.

Um mês de férias parecem passar rápido e o mesmo mês trabalhando parece ser interminável.
Existe um exemplo curioso de uma empresa que tinha um problema com reclamações do tempo de espera do elevador. Então a empresa instalou espelhos no hall do elevador e as reclamações acabaram.

Resultado: o tempo de espera para os elevadores não foi alterado, mas houve modificação na percepção do tempo daqueles que esperavam. Este é um exemplo de como a percepção do tempo é subjetiva.

A percepção da temporalidade na pandemia

A temporalidade para os sujeitos é também singular. É o tempo lógico e não o cronológico. E na pandemia conseguimos perceber reações diversas na relação do sujeito e o tempo.

Observamos que, durante a pandemia, alguns sujeitos têm vivenciado o tédio, o ócio e experiências de vazio. Com uma experiência de temporalidade lenta e por vezes angustiante.

De repente ter tempo virou um problema. Estas pessoas relatam a perda da capacidade de criar e, sobretudo, de se reinventar.

Elas não têm conseguido utilizar a criatividade para implementar mudanças no seu dia, na sua rotina e mais amplamente na sua vida.

É muito comum que pessoas que vivem suas vidas com um preenchimento completo do tempo – que inclusive fazem isso com as crianças, com rotinas e horários completos. Mas falaremos disso em outra oportunidade – e quando há necessidade de parar sentem-se perdidos sem a rotina atribulada que os aparava.

Isso aponta para um enfraquecimento e um apagamento do mundo simbólico e subjetivo.

Em outra esfera, outros sujeitos têm vivenciado a experiência de aceleração, pressão pela produtividade, aumento de ansiedade, sentimento de ‘agora vai’.

Além disso, vivem uma exigência de sucesso, pautada em padrões de produtividade inatingíveis (reforçados pelos conteúdos das redes sociais). Sensação de obrigatoriedade de fazer sempre mais e de autocobrança.
Os dois exemplos citados apontam para dinâmicas subjetivas distintas e também para sofrimentos subjetivos diferentes.

Ambos apontam para questões contemporâneas que estão vinculadas ao tempo e a forma como cada sujeito consegue lidar com o tempo lógico e não apenas o cronológico.

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