Por Que Fico Depressivo Nas Festas De Fim De Ano?

Por: Graça Freitas
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Por Que Fico Depressivo Nas Festas De Fim De Ano?

Mais um dezembro chegou!
Para muitos, momentos de alegrias, comemorações, encontros, reflexões e felicidades pelos projetos realizados. No entanto, dezembro não tem esse mesmo significado para todos. Para alguns, significa um mês de sentimentos de angústia, tristeza, ansiedade e frustração.
Há, no imaginário social, uma idealização das festas de fim de ano. Primeiro, o Natal em família, normalmente em famílias grandes, harmoniosas, unidas, felizes e reunidas em mesas fartas. Depois, a virada de Ano Novo, um momento com muitos amigos e festas badaladas. Mas, será que a maioria das pessoas vivenciam esse momento de fim de ano exatamente assim?
Segundo uma pesquisa da International Stress Management Association no Brasil (Isma- -BR), entre os brasileiros, há um aumento no nível de estresse de, em média, 75% no mês de dezembro. Foram analisados 678 indivíduos, homens e mulheres, entre 25 e 55 anos. A pesquisa evidenciou que, mesmo sendo um momento de muitas festividades, muitos indivíduos vivenciam sentimentos negativos como angústia, ansiedade e tristeza. Apresentando assim, um humor bastante rebaixado nesse período.
O que pode levar essas pessoas a esse estado emocional?
É muito comum, nos finais de ano, se fazer uma reflexão sobre aquilo que foi planejado e realizado no ano. Quando a realização não ocorre conforme esperado, há um sentimento de frustração e fracasso, uma vez que o sujeito não consegue avaliar efetivamente as questões internas e externas que impediram tais realizações. Uma coisa é o que se planeja e outra é o que é possível realizar.
O planejamento é muito importante para que a pessoa se organize e crie suas metas. Contudo, é necessário, para que não sofra com as frustrações futuras, considerar a possibilidade de recondução/replanejamento desses projetos e metas, caso o contexto não seja favorável.
Uma outra questão possível de gerar sofrimento nessa época diz respeito às relações familiares. Muitas pessoas não vivenciam esse imaginário de família perfeita e feliz que aparece nas redes sociais e nas propagandas de televisão. A família é um universo plural, com diferentes visões de mundo, crenças religiosas, ideologias políticas, personalidades e condições financeiras. Esse contexto pode gerar preocupações, angústias e estresses que decorrem de uma antecipação de possíveis desconfortos e sofrimentos durante esses encontros familiares de final do ano.
Não seria menos sofrido se a pessoa se cobrasse menos e escolhesse passar esse período de festas com as pessoas com as quais tenha maiores afinidades e prazer em conviver? Ou, até mesmo, escolher passar sozinho fazendo o que gosta?
Há também um apelo para o consumo desenfreado, uma pressão ao consumismo. Muitas pessoas não se encontram em situação financeira confortável e se sentem pressionadas a gastos extras com festas de confraternização, trocas de presentes e vestuários novos para as festividades. Não seria interessante se fazer um questionamento a respeito de até que ponto vale a pena seguir esses rituais?
Será que não vale a pena utilizar esse momento para buscar o seu equilíbrio emocional, priorizando o seu bem-estar e saúde mental?
