O novo normal?

O novo normal?
Muito tem se falado sobre o novo normal. A pandemia da COVID-19 trouxe, sem dúvidas, novos paradigmas, novas perspectivas, novos ângulos e novas formas de lidar com coisas antigas.
O período da pandemia foi vivido por muitos como um período de angústia e sofrimento. Não é à toa que esses processos estão relacionados à mudança, para diversas pessoas.
Essa pandemia desvelou muitas coisas, tirou um véu de muitas situações que estavam ali esquecidas, automatizadas e por tanto tempo sendo repetidas.
Ele lançou luz a processos que estavam esquecidos. Ela permitiu uma pausa, um freio de arrumação.
Mudanças na pandemia
Quando a gente fala na metáfora de freio de arrumação a gente fala que as coisas todas saíram do lugar e ao retornar nem sempre voltam para o seu lugar de origem.
Recentemente temos vistos relatos de pessoas que trouxeram mudanças profundas para sua vida no seu dia a dia. Mudanças que tendem a perdurar no momento pós-pandemia.
Temos o exemplo de psicólogos ou empresários que devolveram suas salas de atendimento e escritórios, seus locais de trabalho, cedendo para o home-office daqui pra frente.
O mercado imobiliário para casas e coberturas aqueceu substancialmente, hoje as pessoas visualizam as possibilidades de trabalhar de casa e buscar espaços mais aconchegantes e melhor estruturados.
Novo olhar
Existe também o exemplo daqueles que viviam uma vida automática e, de repente, pararam para olhar para si, pararam para olhar sobre a forma como as coisas têm sido conduzidas.
Do famoso formato “tetris” de tentar encaixar tudo na agenda. Pessoas pararam para olhar em direção ao seu autocuidado, para a relação com corpo, com tempo, com a casa e com o outro.
A mudança também é individual
Portanto não podemos falar de um novo normal universal. Afinal, o que vale para um, não vale para o outro.
Isso precisa ser particularizado e individualizado, entendendo onde cada sujeito foi atravessado e afetado pela pandemia e promoveu mudanças específicas.
Não podemos falar em mudanças profundas, mudanças de posicionamento subjetivo, pois para isso preciso um processo com acompanhamento psicológico. Mas é certeza que mudanças aconteceram.
E você, quais mudanças foram implementadas na pandemia que não se vê mais abrindo mão?
Texto por Elisa Teixeira – Psicanalista e Diretora Técnica da Spazio Psi