O homem e os cuidados com a saúde


Por: Spazio Psi
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O homem e os cuidados com a saúde
A relação do homem com os cuidados de saúde vem sofrendo mudanças gradativas no que tange aos cuidados com a saúde psíquica e emocional. Cresce o número de sujeitos do sexo masculino que procuram serviços de psicologia em atenção a algum mal-estar da esfera mental.
Principais queixas emocionais que levam os homens ao consultório do psicólogo
O motivo que levam os homens a procurarem consultas psicológicas são diversos, porém estudos epidemiológicos apontam para algumas diferenças entre homens e mulheres que procuraram este serviço.
A relação entre saúde mental e gênero indica que mulheres apresentam índices mais elevados para depressão, distimia, ansiedade generalizada, pânico e fobia; já os homens apresentam maior incidência em abuso de álcool e de drogas ilícitas e desordem antissocial.
Porque os homens, diferentemente das mulheres, necessitam de um “empurrão” para buscar auxílio médico?
Relacionar gênero e saúde aponta para algumas questões interessantes acerca do comportamento masculino nas questões da área da saúde.
Estudos parecem ser unânimes ao apontar que, em comparação com o público feminino, o homem tende a procurar menos os médicos e serviços de saúde de atenção primária em geral e apresentem menor cuidado com a saúde.
Neste quesito de saúde há uma prevalência masculina na procura de serviços emergenciais, como pronto-socorro.
Outro indicador importante que aponta para a forma que o homem se relaciona com a sua saúde é a menor aceitação, ou resistência, para a realização de consultas de rotina, menor adesão aos tratamentos e comportamentos de prevenção.
Algumas explicações/hipóteses antropológicas sugerem relação com as representações das construções sociais da masculinidade e à própria socialização do homem.
Tais como o estereótipo de força e virilidade, onde o cuidado representa fraqueza e não é visto como uma prática masculina, que e levam a um menor cuidado com a saúde.
Ser homem estaria associado à invulnerabilidade, força e virilidade. Características essas, incompatíveis com a demonstração de sinais de fraqueza, medo, ansiedade e insegurança, representada pela procura aos serviços de saúde. Fato que colocaria em risco a masculinidade e aproximaria o homem das representações de feminilidade.
Explicando assim o “empurrão”, onde normalmente são as mulheres as responsáveis por levarem seus companheiros aos ambulatórios, consultórios e clínicas.
Portanto, a construção da masculinidade representa um fator impeditivo para o comportamento de cuidado do homem com sua saúde.
Como os homens costumam reagir diante da descoberta de algum tipo de enfermidade grave?
Baseado na relação do adoecimento com fatores psicossociais e gênero, observa-se que homens e mulheres utilizam diferentes estratégias de enfrentamento diante de uma doença.
Perante um adoecimento, se instala uma crise no sujeito e mudanças nas quais o sujeito se defronta com condições do gênero, que são papéis pré-determinados e imposições sociais.
A partir disso, uma gama de funções e comportamentos se desenrolam; sentimento de impotência e inferioridade, desencadeando conflitos emocionais, reações psíquicas associadas a crenças e padrões de comportamento que podem inibir sua participação ativa no tratamento.
Algumas estratégias comuns do sexo masculino são: avaliação das alternativas, conduta de resolução do problema, dificuldade em reconhecer e expressar seus sentimentos quanto ao diagnóstico, autocontrole e distanciamento do sentimento.
Além disso, há uma maior dificuldade em se apropriarem do suporte social (amigos e familiares) normalmente se restringe a um ou poucas figuras (esposa ou mãe).
Homens demonstram mais dificuldade em lidar sozinhos com suas limitações físicas e, sobretudo, em suportar a interrupção brusca das suas atividades, da perda do papel de provedor da família.
A dificuldade em lidar com a perda de habilidade de trabalhar é um fator de muito peso no universo masculino.
Qual a orientação para que o homem possa lidar melhor com a própria saúde e qualidade de vida?
A situação apresentada com relação ao comportamento masculino frente a saúde não pode ser levada como regra, pois cada sujeito representa uma situação diferente e particular. Sendo para a Psicologia da Saúde, extremamente importante tratar o sujeito como sendo único.
No que tangem às mudanças que nossa sociedade tem vivenciado e as novas formas de compreender a masculinidade, elas vêm contribuindo para a melhora dos comportamentos relacionados à saúde.
Observamos esta mudança no consultório, na medida em que os homens têm se permitido procurar ajuda psicológica quando algo não vão bem, tanto quanto as mulheres.
Caso esteja buscando atendimento psicológico, conte com a Spazio Psi. Entre em contato conosco e agende uma consulta com um dos nossos profissionais especialistas.