Consumismo: quando se torna um transtorno mental

Consumismo: quando se torna um transtorno mental
Você se considera consumista ou gasta com alta frequência? Você costuma realizar compras sem necessidade?
Se sua resposta foi sim, talvez você possa sofrer de um transtorno comportamental cada vez mais comum nos dias de hoje: a compulsão por compras.
O vestido na vitrine, o lanche com a embalagem chamativa, a promoção de roupas no Instagram daquela loja de marca, parecem tentadores não é mesmo?
Assim, giramos a roda para saciar nossos desejos em “ter” e “possuir”. As novas necessidades geram novos produtos. Novos produtos geram novos desejos de consumo.
O que para muitos representa uma forma de preencher uma necessidade, para outros não é bem assim.
Consumo versus Consumismo
É preciso entender que o ato de comprar ou consumir está ligado à necessidade, à sobrevivência, coisas indispensáveis à vida e ao bem-estar.
Já o consumismo, rompe essa relação de necessidade. Está vinculado ao gasto de produtos sem utilidade imediata, ou seja, supérfluos.
O comprar por necessidade e o comprar compulsivo é a desvinculação entre o que se compra e o que é necessário.
Antes de comprar você pensa duas vezes ou analisa o seu status financeiro? Saiba que nem todo mundo consegue ter esse controle de adquirir somente o quanto pode.
Há pessoas que buscam o alívio da ansiedade com novos produtos através da compra: “preciso ter”, “tenho que comprar”, são pensamentos recorrentes que visam desviar a atenção dos verdadeiros motivos causadores da ansiedade.
O comprador compulsivo é insaciável. Seu prazer não está na posse ou no usufruto dos objetos, mas no efêmero ato da compra.
Oniomania
O consumismo exagerado e prejudicial é conhecido pelos psiquiatras como oniomania.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é classificada como um transtorno do controle do impulso, que tem como característica essencial a falha em resistir a um impulso, instinto, ou desejo de realizar um ato que é prejudicial ao indivíduo ou outras pessoas.
A doença atinge principalmente as mulheres: a proporção é de quatro mulheres para cada homem.
O transtorno frequentemente leva ao superendividamento, mas nem todo superendividado sofre de consumo compulsivo.
Embora comprar não seja um ato ilegal, muitos oniomaníacos se sentem culpados e chegam a esconder seus hábitos, até mesmo das pessoas mais próximas.
Quando o ato de comprar é compulsivo? Entenda algumas características:
- Falta de controle por compras que há necessidade;
- Compras frequentes e desassociados da necessidade dos produtos;
- Necessidade de aliviar a angústia ou ansiedade;
- Busca por aprovação para suas compras.
Assim como o vício em jogos, bebidas, cigarro, consumir é uma dependência para quem tem dificuldades de desenvolver autonomia emocional.
O ato de comprar torna-se uma válvula de escape para lidar com as emoções ou preencher o “vazio”.
Logo sentem vergonha, tentando sempre encobrir a compra.
Por isso, todos os esforços devem estar voltados para os motivos reais da relação estabelecida entre compra e satisfação/fim da ansiedade.
Fique atento aos seus hábitos de consumo e perceba como, e de que tipo, é a interferência deles na vida cotidiana.
Em qualquer caso, é sempre indicado o acompanhamento psicoterapêutico, seja ele de qualquer abordagem.
Em alguns casos, pode haver necessidade de acompanhamento médico e farmacológico. Temos uma equipe especializada para cuidar da sua saúde mental. Entre em contato!