Automutilação: O que leva alguém a provocar dor e sofrimento em si?

Automutilação: O que leva alguém a provocar dor e sofrimento em si?

“E Clarisse está trancada no banheiro 

E faz marcas no seu corpo, com seu pequeno canivete, 

Deitada no canto, seus tornozelos sangram, 

E a dor é menor do que parece, 

Quando ela se corta ela se esquece…” 

Clarisse, Legião Urbana

 

Uma prática cada vez mais comum entre crianças e adolescentes, a automutilação é uma ferida causada por uma pessoa de maneira intencional que agride o seu próprio corpo físico. Muitas vezes os cortes e ferimentos assumem uma função defensiva, contra um sofrimento psíquico, uma vez que a dor física lhe proporcionará um novo foco que não é mais a dor emocional. 

O recurso ao ato também possui uma dimensão comunicativa, sendo a forma encontrada pelo sujeito para pedir ajuda, a partir da convocação ao olhar do outro. Após o ato é comum vir sentimentos de culpa, arrependimento e vergonha, mas não é raro que isso volte a se repetir, afinal a ideia de amenizar o sofrimento emocional foi alcançada com a dor física.

Nem sempre a ideia de automutilação tem por necessidade provocar um suicídio, às vezes a autolesão tem a ver com alivio emocional a partir da dor física. Na adolescência, a automutilação é mais comum do que se imagina. As instabilidades emocionais provocadas pelas transformações físicas e emocionais neste período podem motivar os cortes e arranhões. Alguns casos de distúrbios psiquiátricos também são elementos determinantes.

Como identificar os sinais de alerta da automutilação? 

O hábito de vestir calças compridas e blusas de mangas, durante o calor e o aparecimento de lesões e cicatrizes sem causa aparente. É importante também observar preferência por isolamento social, impulsividade, tristeza excessiva, frustração, sentimento de inutilidade, ansiedade, autocrítica exacerbada, transtorno alimentar e diminuição da higiene. 

Como ajudar alguém que se machuca?

A automutilação demonstra um grande sofrimento das pessoas que a praticam e à medida que elas são acolhidas, ouvidas e encorajadas a expressar suas emoções e sentimentos, sentem-se mais seguras e confiantes. O papel da família é fundamental nesse processo.

É importante, mostrar que existem outros meios de solucionar os problemas, que não sejam pela automutilação, desse modo, o apoio profissional auxilia a pessoa a ser capaz de descobrir alternativas saudáveis para resolver suas perturbações. E em alguns casos a medicações também podem ajudar a diminuir ou cessar os episódios de autolesões.

 

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