A busca por tratamento quando algo não vai bem.


Por: Olga Amazonas
Categorias:
A busca por tratamento quando algo não vai bem.
Quando uma pessoa, dado o encontro com algum evento inesperado, deixa de dispor dos recursos psíquicos anteriormente disponíveis, talvez seja o momento de buscar um tratamento psicológico.
Nós, seres humanos, por sermos seres de linguagem, ao lidar com as palavras e as coisas podemos em algum momento fazer um desencadeamento sintomático. Sejam sintomas ansiosos ou depressivos, seja o prejuízo do ciclo sono, por um rompimento amoroso, o primeiro encontro sexual ou a perda de um ente querido. É próprio da condição humana, devido a sua complexidade, necessitar de algum tipo de apoio quando algo não vai bem.
Na nossa cultura, dispomos de diversos campos para lidar com o mal-estar de estarmos vivos: a religião, as artes, grupos de apoio comunitários, medicina, práticas integrativas. Com o avançar das ciências, os atendimentos psicológicos e psicanalíticos também são dois recursos importantes que dispomos amplamente. Quem desejar fazer bom uso deles, desses espaços de fala e de escuta, tem a possibilidade de buscá-los.
Em um mundo onde tudo caminha mais rápido e mais atropelado, somos convidados, a todo momento, a sermos autômatos – a agir no automático. Buscar um espaço de silêncio, de fala e escuta, onde se possa rememorar, historicizar sobre o que lhe aconteceu, sobre suas repetições, seus posicionamentos nas relações interpessoais e consigo mesmo, parece ser uma saída ética e cuidadosa tanto consigo quanto com os outros.
Podemos ser mais inventivos na vida além de buscarmos respostas simples para questões complexas. Ali, onde há uma ferida, existe também a chance de se transmutar uma flor. Um padecimento psíquico não deixa de sê-lo, mas há a possibilidade de se inventar algo novo. E quem sabe, mais poético? Além do sofrimento sintomático.